OS AMIGOS
Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei.
Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente.
Ceguei.
Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos. –
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos!
Um poema de Camilo Castelo Branco
Bem verdadeiro este poema de Camilo.
Nela
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