segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Morte silenciosa


A noite cedeu-nos o instinto

para o fundo de nós

imigrou a ave a inquietação

Serve-nos a vida

mas não nos chega:somos resina

de um tronco golpeado

para a luz nos abrimos

nos lábios

dessa incurável ferida

Na suprema felicidade

existe uma morte silenciada


Mia Couto

(Moçambique- 1955)

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