terça-feira, 13 de julho de 2010

Ninguém é de ninguém


Entender as coisas como são,

E não procurar que fossem

Ao jeito de uma aguarela.

Deixar fluir

A brutalidade das marés,

Ser da terra e não ser dono dela!...

Expor a raiz;

Passante cursor, vivente.

Ser das serras, água viva,

Deus do pão,

Pendente arco-íris.

É das plantas suco de mel,

Planícies, vales e colinas,

É de fogo e argila,

Bichos, seda e luz

Coexistente gérmen

Na sepultura do corpo,

A alma se reproduz.

Por isso hoje faço anos!

Ou melhor, faço todos os dias,

Porque todos os dias

São dias de luz.

Se pergunto o sentido,

Diz-me que não sabe!...

Se me vejo na sombra,

Seguro na seiva e o atalho se abre

E cismado,

Útero por germinar,

Agradeço ao Sol poente,

Ao frio, pedras e rochas

Imperfeito,

Me julgo, continuamente inocente.


Autor: Augusto Canetas - http://augustocanetas.blogspot.com/

- Obrigada Augusto pelo teu livro de poesia e prosas
- Pedras e rochas - nem sabes o quanto me fez bem ler este poema -

(foto net)

Nela

2 comentários:

  1. Gostei muito do poeema. Tem asas, voa, mas sabe sempre aos frutos da terra. Um abraço

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  2. Obrigada Eduardo pelo comentário. também gostava de pôr um poema teu.

    Beijo

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