Entender as coisas como são,
E não procurar que fossem
Ao jeito de uma aguarela.
Deixar fluir
A brutalidade das marés,
Ser da terra e não ser dono dela!...
Expor a raiz;
Passante cursor, vivente.
Ser das serras, água viva,
Deus do pão,
Pendente arco-íris.
É das plantas suco de mel,
Planícies, vales e colinas,
É de fogo e argila,
Bichos, seda e luz
Coexistente gérmen
Na sepultura do corpo,
A alma se reproduz.
Por isso hoje faço anos!
Ou melhor, faço todos os dias,
Porque todos os dias
São dias de luz.
Se pergunto o sentido,
Diz-me que não sabe!...
Se me vejo na sombra,
Seguro na seiva e o atalho se abre
E cismado,
Útero por germinar,
Agradeço ao Sol poente,
Ao frio, pedras e rochas
Imperfeito,
Me julgo, continuamente inocente.
Autor: Augusto Canetas - http://augustocanetas.blogspot.com/
- Obrigada Augusto pelo teu livro de poesia e prosas
- Pedras e rochas - nem sabes o quanto me fez bem ler este poema -
(foto net)
Nela
Gostei muito do poeema. Tem asas, voa, mas sabe sempre aos frutos da terra. Um abraço
ResponderEliminarObrigada Eduardo pelo comentário. também gostava de pôr um poema teu.
ResponderEliminarBeijo