
Entender as coisas como são,
E não procurar que fossem
Ao jeito de uma aguarela.
Deixar fluir
A brutalidade das marés,
Ser da terra e não ser dono dela!...
Expor a raiz;
Passante cursor, vivente.
Ser das serras, água viva,
Deus do pão,
Pendente arco-íris.
É das plantas suco de mel,
Planícies, vales e colinas,
É de fogo e argila,
Bichos, seda e luz
Coexistente gérmen
Na sepultura do corpo,
A alma se reproduz.
Por isso hoje faço anos!
Ou melhor, faço todos os dias,
Porque todos os dias
São dias de luz.
Se pergunto o sentido,
Diz-me que não sabe!...
Se me vejo na sombra,
Seguro na seiva e o atalho se abre
E cismado,
Útero por germinar,
Agradeço ao Sol poente,
Ao frio, pedras e rochas
Imperfeito,
Me julgo, continuamente inocente.
- Obrigada Augusto pelo teu livro de poesia e prosas
- Pedras e rochas - nem sabes o quanto me fez bem ler este poema -
(foto net)Nela