Era eu criança e vi.
O que vi foi angustiante: o padre que era monsenhor e fazia a sua caridade aos sábados (nem todos), puxava uma carroça de bois, velha, podre, porca, carregava com pães para distribuir no largo da feira às crianças inocentes, famintas e muito pobres!
Chegado ao largo da feira, metia-se entre o sagrado pão, com pés imundos, e, atirava para o ar o pão que Nosso Senhor nos deu por direito.
As crianças, esfarrapavam-se todas em busca do pão que caía no chão.
Pão cheio de terra, de detritos, compuscardo, vindo de uma igreja que o atirava em tom de "circo" para ver até onde ía a destreza das crianças em meio à porcaria necessária.
O que me leva a contar esta nojice episcopal, é o facto de com tenra idade eu já me aperceber da diferença entre ricos e pobres. Eu não era rica nem pobre, não precisava portanto de me submeter ao lixo da caridade. Mas...observava...e sofria!
É aqui que eu acho que a humanidade é um ninho de velhacos, que se aproveita de quem nada tem para que em nome de deus fazerem as caridadezinhas aos desgraçados da vida!
Sim, senhor monsenhor, está no céu com a sua caridade bem recompensada?
Penso que não há céu para quem deturpa doutrinas ou mandamentos!!!
Pobres crianças do mundo actual que ainda se debatem com "porcos" desta espécie, para sobreviverem!
O pão é tão bom...tão necessario - e porque ainda fazem maldades destas a quem sofre de fome e também de todas as primárias necessidades para sobreviverem?
POR AMOR DE DEUS QUE ESTAS E OUTRAS COISAS MAIS, NÃO SE REPITAM!
É UMA ORDEM MINHA E NOSSA DE QUEM OLHA O SEU SEMELHANTE COMO IGUAL!
Eu vi! Eu chorei! Eu fiquei doente e traumatizada...NÃO ADMITO MAIS ESTAS CARIDADES FAJUTAS...ESTES PORCOS IMUNDOS...ESTES ASSASSINOS QUE FAZEM A POBREZA E A FOME!!!
O PÃO É PARA TODOS, não é à toa que se ora: " Dai-nos Senhor o Pão Nosso de cada dia " !!!
Nela
No teu texto revelas a enorme sensibilidade da tua alma. Concordo contigo quanto a certo tipo de caridade que o não é, mas sim aproveitamento das situações, e defesa da má consciência e deturpação da caridade de Cristo, feitas por padres e por não padres, quando o importante é criar uma sociedade em que o comer e o habitar e o ler e o participar sejam um direito. Deixo-te um abraço, alma pura e semfingimentos. Por isso gosto de ti. Bjo.
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