tag:blogger.com,1999:blog-7875340490301735518.post1304648272288213335..comments2023-06-06T16:05:13.065+01:00Comments on Cerejas de Maio: Dias mundiais da criança - sempre!Manuela ramos Cunhahttp://www.blogger.com/profile/18112202888466786219noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7875340490301735518.post-25578492651813345602010-06-01T14:43:07.228+01:002010-06-01T14:43:07.228+01:00Nelinha, as crianças são, sem dúvidas, o espaço e ...Nelinha, as crianças são, sem dúvidas, o espaço e o tempo do nosso contentamento. Não tenho a tua paciência... por isso todos querem ir para casa da tia Nela. Podem fazer tudo, até de cabeleireiros... mas eu também adoro as crianças. Às vezes também são cruéis... mas é uma idade em que todos os preconceitos são ultrapassados... desde que não acirrados pelos adultos. A infância é o espaço temporal da sã convivência e da formação das amizades para o futuro. Momento de fomação da personalidade e da percepção da identidade. Tempos importantes para que percebam o que é a LIBERDADE e quais os limites desta... assim o futuro poderá ser mais tranquilo. <br />Deixo-te três poemas de que gosto muito.Espero que te agradem. Bjinhos e continua a manter este espaço.<br /><br /> Diálogo<br /> <br />Levarás <br />pela mão <br />o menino <br />até ao rio. Dir-lhe-ás <br />que a água é cega <br />e surda. Muda, <br />não. Que o digam <br />os peixes, que em silêncio <br />com ela sustentam <br />seu diálogo <br />líquido, de líquidas <br />sílabas <br />de submersas <br />vogais. <br /><br />Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas" <br /><br /><br />Criança<br /> <br />Cabecinha boa de menino triste, <br />de menino triste que sofre sozinho, <br />que sozinho sofre, — e resiste, <br /><br />Cabecinha boa de menino ausente, <br />que de sofrer tanto se fez pensativo, <br />e não sabe mais o que sente... <br /><br />Cabecinha boa de menino mudo <br />que não teve nada, que não pediu nada, <br />pelo medo de perder tudo. <br /><br />Cabecinha boa de menino santo <br />que do alto se inclina sobre a água do mundo <br />para mirar seu desencanto. <br /><br />Para ver passar numa onda lenta e fria <br />a estrela perdida da felicidade <br />que soube que não possuiria. <br /><br />Cecília Meireles, in 'Viagem'<br /> <br />As meninas<br /> <br />as minhas filhas nadam. a mais nova <br />leva nos braços bóias pequeninas, <br />a outra dá um salto e põe à prova <br />o corpo esguio, as longas pernas finas: <br /><br />entre risadas como serpentinas, <br />vai como a formosinha numa trova, <br />salta a pés juntos, dedos nas narinas, <br />e emerge ao sol que o seu cabelo escova. <br /><br />a água tem a pele azul-turquesa <br />e brilhos e salpicos, e mergulham <br />feitas pura alegria incandescente. <br /><br />e ficam, de ternura e de surpresa, <br />nas toalhas de cor em que se embrulham, <br />ninfinhas sobre a relva, de repente. <br /><br />Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"Lua Cunhanoreply@blogger.com